sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Sistemas de monitoração: individual, coletivo e misto.

Longe de ser item secundário, o sistema de monitoração, também conhecido como sistema de retorno, tem extrema importância no resultado sonoro do salão como um todo, pois podemos atenuar, mas não eliminar por completo, o vazamento de som desse sistema para o público. Partindo desse pressuposto, vamos analisar alguns sistemas de monitoração: individual, coletivo e misto.



Sistema de monitoração individual

Motivadas pela necessidade de redução no volume geral empregado nas reuniões, muitos tem investido na aquisição de sistemas de monitoração individual para músicos e cantores. Além de permitir a redução do volume geral na frente, esse sistema permite que os ocupantes do palco ouçam de forma mais clara seus próprios instrumentos e/ou vozes, ajustando o volume de acordo com o gosto pessoal, e com uma qualidade muito superior a oferecida pelas

tradicionais “caixas de retorno”. E o custo já não é mais tão proibitivo como antigamente, já que, como alternativa aos caros sistemas sem fio,


hoje temos no mercado bons sistemas de monitoramento individual com fio, inclusive de fabricação nacional, com preços muito mais acessíveis, facilidade de operação e ótima qualidade de som.

Sistema de monitoração coletiva (tradicional) 


Neste sistema, já muito conhecido de todos os profissionais do áudio, distribuímos caixas de monitor sobre o palco, em posições estratégicas. Esse sistema tem como vantagem, em relação ao anterior, dar maior liberdade de movimentação à músicos e cantores, mas suas desvantagens também são conhecidas: altos níveis de sinal (volume), microfonia frequente, vazamento do som para o público, entre outros.
Para tentar amenizar esses problemas, existem alguns cuidados que precisam ser tomados:
Cuidado com o volume excessivo – trabalhe na conscientização dos músicos e cantores, buscando evitar altos níveis de volume dos retornos que prejudiquem a qualidade de som no lado do público.
Cuidado com a posição dos retornos em relação aos microfones – evite situações constrangedoras com microfonia. Lembre-se que microfones com padrão polar cardióide devem estar sempre de costas para os falantes do monitor .



Já nos casos de microfones supercardióides, é necessário que se posicione os monitores de forma perpendicular, buscando sempre a zona de cancelamento dos mesmos.

Posicione corretamente os amplificadores (cubos) dos instrumentos – Eles foram concebidos para ajudar a compor o som dos instrumentos e/ou servir de monitoração individual apenas do músico que o está usando,




e não para propagar o som para todo o ambiente ou mesmo para os demais membros do grupo musical. Justamente por isso, mantenha-o com volume razoavelmente baixo, de costas ou, no máximo, de lado para o público.


Sistema Misto

Neste sistema, mesclamos monitores individuais e monitores coletivos (caixas de retorno). Geralmente empregamos monitoramento individual para músicos, abolindo cubos/amplificadores e também suas caixas de retorno, que são usadas apenas para os cantores. Esse sistema apresenta bons resultados, pois possibilita uma redução razoável do volume sobre o palco. Em alguns casos, nos quais as equipes de música posicionam os back-vocals em local fixo, podemos usar monitoração individual para estes também, deixando apenas um par de caixas de retorno/monitor coletivo para atender a uma parte do palco. Os resultados são ainda melhores.

Na sua igreja é possível que, ao mudar a configuração de seu sistema de monitoração, você poderá enfrentar resistência de músicos e cantores, algo até certo ponto natural. O importante é deixar um canal sempre aberto para o diálogo, e procurar lembrar a todos os componentes do ministério de música que este existe para servir à igreja.
Frente a essa afirmação, devemos buscar sempre o melhor resultado sonoro para o público, mesmo que isso signifique pequenos sacrifícios por parte dos músicos e cantores, como a redução do volume e até a privação de alguns recursos em prol de um som de qualidade e com volume agradável para todos, afinal, “a fé vem pelo ouvir”. E “ouvir” é mais do que simplesmente “escutar”. Ouvir é “escutar e compreender” o que está sendo tocado, cantado e pregado. Lembre-se disso.

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